Sol e Chuva Capitulo 13, 14 e 15
Sábado finalmente! Pensei ao olhar pela janela. Desde quinta-feira eu e Jacob não trocávamos mais de meia dúzia de palavras, somente o suficiente. Mesmo estando juntos no grupo de patrulha. Isso estava me matando, era como se um buraco estivesse aberto no meu peito. Olhei pela janela e um sol tímido aparecia entre as nuvens.
–É o suficiente para uma praia, não sinto frio mesmo. - Corri escada acima e troquei de roupa em tempo recorde. Coloquei meu biquíni preto, um shorts jeans e uma regata branca, mais meu tênis branco. Parei quando ouvi as gotas de chuva na janela. - Merda! Cadê o sol?
Sai de casa desanimada, mas as gotas de chuva escorrendo pelo meu rosto aliviaram a minha tensão. Deitei no gramado deixando minhas roupas ficarem encharcadas. A chuva começou a apertar, mas eu estava adorando, era melhor que a água do mar. Quem sabe eu conseguiria parar de pensar em Jacob, de lembrar dos nossos beijos, das suas mãos em mim. Para já com isso, , ele ama a Bella! Coloquei as mãos no rosto pra espantar a frustração. Foi quando eu ouvi seus passos ao longe. Baixei os braços e me concentrei. Eu podia dizer exatamente a qual distância ele estava. Ele vinha devagar, hesitando. Puxa vida! Eu estava ficando boa nisso. Mordi meu lábio para tentar evitar o sorriso bobo que teimava em se formar no meu rosto, não queria atrapalhar minha máscara de indiferença. Afinal foi ele parou de falar comigo por nada. Eu ainda estava chateada com ele não estava? Eu continuei com os olhos fechados, até que ele parou a alguns metros de mim.
– Sim, Jacob? – falei sem olhá-lo, ainda com os olhos fechados.
Ele deu mais alguns passos e parou ao meu lado. Abri os olhos e deixei o sorriso escapar. Droga! Vi que Jacob me olhava estranho, mas não para o meu rosto. Baixei o meu olhar e vi que minha camiseta branca estava transparente por causa da chuva, mesmo de biquíni, aquilo me deixou constrangida. Me sentei rápido abraçando minhas pernas. Senti meu rosto esquentar, certamente eu tinha ficado muito vermelha.
–Desculpe.- ele disse e se sentou ao meu lado.
– Quer alguma coisa?- perguntei tentando não ser muito rude.
Ele olhou novamente pro meu rosto e então soltou um longo suspiro frustrado. – É que... eu não...
– Quer me dizer alguma coisa, Jacob? – falei em um tom mais alto. Aquela indecisão toda me angustiava. Tinha medo do que ele poderia dizer. Que nosso envolvimento foi um erro e que deveríamos esquecer. Fechei os olhos tentando não chorar.
–
.- eu abri os olhos e o encarei. Tinha que ser forte.- eu só queria falar com você.
–Fala!- disse desanimada.
–Não... eu não... não é nada especial. Eu só queria falar com você.
Arregalei os olhos. O que ele queria dizer? Que ele só queria ouvir minha voz? Não fantasia ele não disse isso.
-–Ok.- Ele me encarou novamente, mas não disse nada. - Você estava só passando e decidiu vir aqui?- sim essa era a única alternativa plausível, ele não tinha nada pra fazer e decidiu vir me fazer sofrer mais um pouquinho.
– Não... quer dizer... é!
–Jacob! – aquela atrapalhação toda tava me dando nos nervos. Mas pelo jeito eu que teria que tirar informações dele, sozinho ele não iria colocar pra fora. Respirei fundo.- O que você estava fazendo antes de vir pra cá?- falei tentando transparecer a calma que eu não sentia.
– Eu estava em casa, no meu quarto!- ele estava no quarto e decidiu vir pra cá, então ele estava pensando em mim. Não pude deixar de sorrir.- Daí, decidi que queria ouvir a tua voz! – ele disse dando de ombros olhando para a linha das árvores, onde a floresta começava. Hein? Eu ouvi o que eu ouvi?
O silêncio que se instalou depois era angustiante.
–Que bom que você veio!- eu disse baixinho e ele desviou o olhar das árvores olhando direto para os meus olhos. Depois de alguns segundos ele baixou os olhos olhando fixamente pra minha boca. Involuntariamente eu abri um pouco os lábios e minha respiração acelerou. Ele fechou os olhos e virou o rosto em direção as árvores novamente. Idiota! Soltei um gemido frustrado. E mordi os lábios com raiva. Raiva de mim, por me deixar iludir desse jeito. Uma pontada de dor no meu peito.
–Você é estranha,
!- ele disse ainda olhando as árvores. O.O
–Como é?- a raiva começou a crescer e fechei os punhos me preparando para lhe dar um soco. Por mais que não fosse fazer nenhum efeito.
–Uma garota que fica na chuva sem se importar com o cabelo e a maquiagem.- ele sorriu. Eu virei o rosto para esconder as lágrimas que escapavam e se misturavam aos pingos de chuva.- Eu gosto disso!- ele disse alargando mais o sorriso. Então ele se virou pra mim e seu sorriso morreu.- Você está chorando?
Eu não agüentava mais, queria gritar. Uma hora ele me puxava pra depois me empurrar de novo.
– Não! – menti. As últimas gotas de chuva caiam sobre nós. Sequei meu rosto com as mãos.
–Você está chorando!- ele afirmou e veio com a mão em direção ao meu rosto.
Eu me desvencilhei dele e me coloquei de pé em um pulo ágil.
– Não estou, Jacob!- falei tentando não demonstrar a dor e raiva que eu sentia e comecei a caminhar em direção a praia.
– Aonde você vai?- ele disse surpreso.
–Vou pra praia!- disse sem me virar para olhá-lo – Você quer vir? – perguntei já sem saber se queria que ele viesse ou não. Mas ele aceitou o convite então corri.
Jacob poderia me alcançar facilmente, mas ele não fez. Só me seguiu correndo mantendo alguns metros de distância. Eu só queria esquecê-lo, será que era impossível? Será que ele não via o quanto essa indecisão me fazia mal?
Perto da praia pude ouvir os gritos divertidos dos garotos, e desviei o caminho correndo em direção a eles. Subi rápido ao topo do penhasco e vi que Embry tinha acabado de saltar.
–Você vai saltar? – Paul perguntou ao me ver chegando e eu só assenti, tentando sorrir um pouco.
Sem parar a corrida tirei os tênis e saltei no ar sem me importar a vez de quem era. Abri meus braços e por um momento me senti voando. Então juntei as mãos acima da cabeça e mergulhei na água gelada!
A adrenalina fazia uma corrente elétrica se espalhar pelo meu corpo. Me deixei afundar por um momento, esquecendo a dor. Mas eu precisava de ar, então nadei em direção a superfície. Cheguei a tempo de ouvir os “Uhus!” dos garotos lá em cima. Embry sorria balançando em meio às ondas. Ele levantou a mão e eu bati nela em um comprimento.
–Boa, garota!- Embry disse aprovando.
Mas ele fez um sinal com os olhos me mostrando a onda enorme que vinha, então segurou minha mão e nós mergulhamos por debaixo da crista, evitando assim que ela arrebentasse em nós. Ainda de mãos dadas nós emergimos. Foi quando eu vi que Jacob já havia pulado. Eu soltei a mão de Embry rapidamente. Jake me olhou desconfiado, acho que esperando que eu brigasse com ele por algum motivo. Mas eu não estava brava com Jacob e sim comigo. Eu sabia que ele era apaixonado pela Bella desde o primeiro dia. Então sorri e ele sorriu também, parecendo aliviado.
Ele deve me achar bipolar. Pensei enquanto nadava até a margem. Mas era assim que eu me sentia. Que esse maldito amor defeituoso me fazia sentir perto dele. Eu não era capaz de ficar com raiva de Jacob Black, por mais que ele me machucasse.
Sai da água e me deitei na areia, esperando que o resto de adrenalina que corria em minhas veias se espalhasse e minha respiração voltasse ao normal.
– E ai, mais uma?- Embry falou.
–Vai indo que eu já vou!- falei pra ele ainda deitada na areia.
Jacob se aproximou e sacudiu os cabelos molhados fazendo com que a água caísse em cima de mim. Eu me sentei e não pude evitar de soltar um gritinho histérico.
–PÁRA! – gritei rindo e jogando areia nele.
Ele riu e se sentou ao meu lado, encostando sua perna na minha. PQP será que ele achava que eu era de ferro? Tá certo que eu era uma lobisomem, mas essa tortura já era demais. Puxei minha perna me afastando dele, o que fez ele me olhar de canto e depois soltou um suspiro alto, olhando de novo para o mar.
–Você não sente falta de uma amiga,
?- ele disse ainda fitando o mar.
–Eu tenho vários amigos, Jacob!- respondi sem entender onde ele queria chegar.
– Ami– GOS. Eu estou falando de ami–GAS!
Olhei pra ele desconfiada. Vai dizer que ele quer que eu seja ami–GA da Bella. Ai é forçar demais.
– As minhas últimas experiências com ami–GAS, não deram muito certo!- respondi voltando a olhar pro mar também.
– O que houve?- ele me perguntou me encarando curioso.
Suspirei.- Ela me traiu com meu último namorado.- menti. Nunca tinha tido um namorado. Eu nunca tinha olhado para os garotos o bastante para me deixar atrair por algum deles, então eu os transformava em amigos e fugia das investidas deles. Afinal meu coração já tinha dono. Um dono relapso que nem sabia como me maltratava.
Jacob ainda me encarava.- Sinto por isso!- eu o encarei e ele parecia sincero e então continuou - Ter uma amiga é muito bom. Você pode falar coisas que não falaria com um amigo.
Virei o rosto pro lado e fechei os olhos com força para evitar que as lágrimas caíssem. Então era isso que nós éramos, amigos? Amigos que se beijavam de vez em quando, mas só amigos.
–O que você quer me contar, Jacob?- isso , se maltrata. É claro que ele quer falar da Bella. Porque eu não fico com Embry mesmo? Ah porque eu amo esse idiota que tá sentado ao meu lado. Bufei.
–Você ainda gosta dele?- ele me perguntou baixinho.
–Gosto de quem?- perguntei enrugando a testa sem entender nada.
– Do seu ex?
Meus olhos quase saltaram pra fora, como alguém inteligente como Jacob poderia ser tão imbecil ao mesmo tempo?
–De onde você tirou essa?
–É que você ficou triste, quando falou dele. - ele me respondeu sério.
Eu até cheguei a achar que ele estava brincando, mas não, ele estava falando sério!
– Jacob eu vou começar a desenhar as coisas pra você. – eu falei me levantando e tentando tirar a areia das minhas pernas.
– Eu só quero que você se abra comigo,
- ele disse com tom fechado, como se tivesse se controlando para não demonstrar a irritação.
–Ah! Porque mesmo? Ah sim!- falei num tom calmo e irônico – Porque nós somos uma merda de amigos! – berrei, já sentindo meus braços tremerem de raiva.
Comecei a me afastar para dentro da floresta, eu sabia que não iria agüentar muito mais tempo antes de explodir em loba. As ondulações já se estendiam pelo meu corpo. Jacob já era muito mais controlado do que eu, ele não tremia tanto. Ele deu um salto se pondo de pé e virando em minha direção.
–E O QUE NÓS SOMOS ENTÃO,
?- ele perguntou também gritando, fazendo meus olhos se encherem de lágrimas novamente. – O que você quer de mim?- ele perguntou em um tom sofrido.
– Eu só quero que você pare de me machucar.- eu respondi no mesmo tom triste. Me afastando mais dele em direção as árvores.
Jacob arregalou os olhos- Eu faço isso? Você nunca... eu nunca vi!
Mordi a língua para não gritar e despejar tudo o que eu estava sentindo, até sentir o gosto de sangue na boca.– Eu escondo os meus sentimentos desde o dia em que coloquei meus pés aqui!
Ele paralisou. Mas eu não agüentava mais eu tinha que ir embora dali. Não me transformei porque as chances de Leah estar em patrulha eram grandes, e eu não estava disposta a dividir meus pensamentos com ela. Corri mais rápido que pude.
Abri os olhos e foquei fitando as manchas do forro do meu quarto escuro. Minha visão era muito melhor agora. Me concentrei e pude ouvir o som do jogo na televisão da sala, o coração de John acelerando quando algum dos jogadores do seu time acertavam a bola. A goteira da pia da cozinha. As ondas quebrando na praia. Os carros passando na auto estrada. É!Impressionante!, pensei desanimada. Grande coisa que me serviam super-poderes agora, se o único super-poder que eu queria era o da invisibilidade.
Virei para o lado jogando meus braços no travesseiro e olhei para a janela. Nem a luz da lua iluminava lá fora, escondida pelas nuvens de chuva como estava. Busquei meu celular que estava atirado no chão ao lado da cama para ver as horas. Eu tinha o desligado quando voltei pra casa a tarde. Ele ligou o visor ruidosamente. 14 CHAMADAS PERDIDAS. Jake. 8:45 PM. Suspirei e desliguei de novo. Só me dá um tempo, Jake! Joguei os pés pra fora da cama, já estava quase na hora, eu teria que enfrentá-lo. Coloquei uma camiseta e uma calça jeans, meus tênis. Fui no banheiro escovar os dentes e tentar domar os cachos e desci as escadas. Me despedi rapidamente de meu pai. Peguei minha bolsa e sai.
Ainda faltava algum tempo para o meu turno, mas eu precisava pensar. Me transformei e tratei de construir um enorme “espelho”, seja lá como se chamava essa estranha proteção eu minha mente criava, em torno do meu cérebro. Concentrei toda a minha raiva e tristeza nele, em poucos segundos eu não ”ouvia” nada, só meus pensamentos.
Sabia que o grupo do Paul ainda estava em patrulha, então fui até a clareira e me deitei lá, deixando a chuva fina encharcar meu pêlo. Tinha que me concentrar em "pensar" somente em português, mas já estava difícil, comecei a repassar musicas e acordes, para tentar me distrair.
Senti as ondulações no ar. Sinal que havia alguém se transformando, mas não me dei ao trabalho de tentar descobrir quem era. Continuei com meu teste mental, passando e repassando os acordes das músicas que eu gostava, quando meus ouvidos captaram a aproximação a aproximação lenta de um grupo de lobos. Um. Dois. Três lobos. Levantei a cabeça e olhei em direção de onde o som vinha. Alguns minutos depois os três lobos entraram na clareira. Jacob, Embry e Quil pararam de imediato quando me viram. Levantei de onde eu estava, dando uma rápida sacudida, para tirar o excesso de água dos meus pêlos e sentei sobre as patas trazeiras, esperando que eles se aproximassem para dividirmos a rota.
“Qualé”? Vão ficar parados ai a noite toda? perguntei impaciente.
Eles não reagiram a minha pergunta, então retirei o escudo para ouvir o que estava acontecendo. Eles se olhavam desconfiados.
Qual é o problema de vocês? perguntei novamente. Eles se aproximaram devagar.
A gente não tinha te ouvido aqui. Embry disse.
Como não? Eu estava cantando.
O que você fez, ? Jacob perguntou.
Eu não fiz nada, só estava cantando. Por quê?
Porque nós não podíamos te ouvir. Quil repetiu as palavras de Embry.
Talvez o meu truque seja mais do que nós pensávamos. falei sem um pingo de empolgação na “voz”. Apesar que aquilo me fazia sentir melhor, agora que descobrir que poderia bloquear os meus pensamentos também. Eles assentiram. Vamos logo? pedi. O tempo todo da conversa eu evitava olhar para Jacob.
Quil e Embry perímetro interno. Eu e a perímetro externo. Jacob disse rapidamente.
Revirei os olhos. Merda! os outros lobos me encararam surpresos, mas eu não liguei e comecei a correr, fazendo o perímetro.
nós temos que conversar. Jake disse enquanto corríamos.
Não agora, Jacob. E eu não sei se... Antes que eu pudesse terminar o pensamento um cheiro forte queimou meu nariz. Você sentiu isso?
É ela, a vampira ruiva! Jacob disse. No mesmo instante os outros dois lobos estavam ao nosso lado. Quil dê o sinal! Jacob ordenou e um uivo alto e agudo saiu da garganta de Quil.
Logo estávamos correndo atrás do cheiro insuportável.
Jacob, nós já estamos quase aí! Espera a gente chegar! a voz de Sam invadiu nossas mentes.
Não dá Sam! A imagem de uma garota de longos cabelos castanhos passou pelo meus “olhos” vindo dos pensamentos de Jacob. E junto a áurea de proteção sobre ela, como se fosse uma jóia rara a ser preservada.
Era Bella, eu tinha certeza. Aquilo fez com que eu reconstruísse o “espelho” em minha mente. Não queria que ninguém visse a dor rasgante que eu sentia. Cravei as unhas no chão, buscando por mais impulso e me lancei pra frente. O cheiro nauseante mais forte, mostrando que estávamos no limite entre as nossas terras e as dos Cullens. Ela havia atravessado a fronteira.
Sam e os outros nos alcançaram e nós corremos para o sul esperando que ela voltasse. Os Cullens corriam atrás dela até a linha. Quando ela saltou de volta. Recomeçamos a perseguição pelas nossas terras, agora em direção ao Norte. Os Cullens corriam do lado deles da fronteira. Ela dançava pela fronteira, passando de um lado para o outro. A intenção dela estava clara. Ela queria jogar um grupo contra o outro. E foi aí que o que ela queria aconteceu. O vampiro grande, saltou tentando alcançá-la e acabou ultrapassando a linha, mas a vampira foi muito mais rápida fazendo com que ele quase se chocasse com Paul. Paul perdeu o foco e partiu pra cima do vampiro. Mas ele voltou a tempo para o seu lado.
A fêmea loira dos Cullens se posicionou na forma de ataque ao lado do grandão, fazendo com que Jacob e Sam parassem a perseguição e se posicionassem ao lado de Paul. Todo o bando parou, me fazendo quase gritar de frustração, já que a vampira estava escapando. Voltei contrariada para junto deles, deixando a vampira fugir.
- O nosso problema não é com vocês. – disse o vampiro loiro, líder dos Cullens. – Nós estamos atrás é da Victória! – ele afirmou.
Como se nós nos importássemos! Paul praticamente cuspiu os pensamentos, mostrando os dentes. Não precisava de tradutor, para os Cullens perceberem qual era a resposta.
Foco Paul Sam ordenou.
Uma onda estranha de paz abraçou o bando fazendo que todos nós relaxássemos. Todos se olhavam estranhando aquilo.
É o vampiro loiro. Ele tem esse poder. Jacob falou.
- Victória é a prioridade de nós todos. Sugiro que deixemos nossas diferenças de lado por um instante, para podermos ir em sua perseguição. – o vampiro líder falou novamente. Sam assentiu.
Começamos novamente a perseguição correndo em direção a costa. Os Cullens de um lado da fronteira e nós de outro. Mas a vampira era rápida e chegou aos penhascos ao norte da costa. E saltou no mar, escapando pela água. O vampiro grandão e o loiro calmante pediram para poder ultrapassar a fronteira e continuar a perseguição, mas Sam não permitiu. A frustração era geral do grupo.
Acabei meu turno exausta, frustrada e mais irritada ainda com a imbecilidade masculina. Sim por que se não fosse pela disputa estúpida entre Paul e o Drácula grandão, nós tínhamos acabado com aquela parasita fedorenta. Me vesti rapidamente, louca pra me atirar em minha cama. Já estava quase no estacionamento vazio do centro comercial.
-
! – uma voz rouca me alcançou.
Ai. Meu. Deus! Me virei devagar. – Que é agora, Jacob?
-Nós temos que conversar. – ele vinha devagar, com as mãos nos bolsos da bermuda. Sem camisa.
PQP! Jacob era demais para minha sanidade mental! - Agora? Eu estou exausta.
- Agora! – ele disse.- Eu te acompanho até em casa.
Era a hora! Me virei e comecei a caminhar pelo estacionamento cortando caminho para minha casa,com Jacob ao meu lado. Foi então que uma caixa de papelão me chamou a atenção, largada em uma das vagas de carro do estacionamento vazio. O que era normal em uma manhã de domingo. Apertei os olhos tentando decifrar o que poderia ter dentro e me aproximei mais.
- O que será aquilo? – mas não esperei a resposta e cheguei mais perto. Dentro da caixa tinha uma bolinha cinza de pêlos, que me olhou com seus grandes olhos castanhos. – Own! *.*
-O que tem ai? – Jacob perguntou.
Me agachei e peguei o cachorrinho no colo. – Um bebê! – respondi sorrindo.

Jacob juntou as sobrancelhas e se aproximou mais para ver de perto, então sorriu. – Vai ficar com ele?
- Claro! – respondi aproximando mais o cachorrinho do rosto. Jacob me observou por alguns instantes – Que foi?
- Embry tem tanta sorte!
- O que? – perguntei estranhando a afirmação dele.
Ele respirou fundo. -
eu queria que você desse uma chance para o Embry!
Eu não acreditava no que estava ouvindo. Segurei o filhote mais forte em minhas mãos, como se eu pudesse me apoiar nele para me manter em pé. Realmente era a hora!
-Porque... – engoli para que minha voz perdesse o tom choroso. – Porque, você está me dizendo isso agora?
- Ele é um cara muito legal! E ele te ama!
- O amor é uma grande merda, Jacob!
Ele riu sem humor. – Você tem razão. – ele disse entristecido.
- Tudo bem! Eu entendi o recado! – falei.
- Não, você não entendeu! Mas é melhor assim. – Ele me puxou para um abraço. Apertei meus braços em torno do filhote, para impedir que me abraçasse a Jacob e implorasse para que ele não me deixasse.
- Jacob eu preciso ir. – eu precisava sair de lá, antes que desmoronasse na frente dele. Coloquei um sorriso forçado nos lábios.
- Ainda amigos? – ele me perguntou antes de me soltar.
- Sim! – respondi apertando os olhos para não chorar. Jacob me deu um beijo demorado na testa e com um suspiro me deixou ir.
Me virei e comecei a caminhar para casa. O choro preso na garganta. – Se você quiser pode por o nome dele de Jacob! – Jake disse ao longe, parado ainda no mesmo lugar.
- Tadinho, ele não merece isso! – falei sem me virar. Jacob riu, mas eu não conseguia rir com a faca que ele cravou ainda fincada no meu peito.
Senti seus lábios nos meus, abri os olhos assustada. Jacob sorria e seu sorriso irradiava calor.
- Jake!- falei surpresa. Ele levantou a mão e tocou meu rosto de leve. Deslizando os dedos pela minha boca. – Jake eu te amo! – ele sorriu com a minha declaração.
Lentamente se inclinou em direção a minha boca novamente e sussurrou: - Eu te amo !
Meu coração acelerou, as batidas soando nos meus ouvidos. Fechei os olhos esperando pelo beijo, mas ele não aconteceu. Abri os olhos novamente. Nós agora estávamos na clareira. Jacob estava a uns 5 metros de distância e me olhava com a expressão fechada.
-Jake?- perguntei assustada com a mudança. Dei um passo em sua direção, mas ele se afastou mais. – Jake o que foi? – perguntei chorando
Agora ele me olhava com desprezo. Estiquei a mão mesmo sabendo que, com aquela distância, era impossível alcançá-lo. Dei um passo a mais em sua direção, mas uma mão segurou meu braço me restringindo. Virei o rosto para olhar quem me segurava e vi Embry sorrindo. Voltei a olhar para onde Jacob estava e levei um choque, ele agora sorria para uma garota de longos cabelos castanhos. Meus olhos se encheram de lágrimas. Então a garota virou o rosto para me olhar e seus olhos eram em um tom de vermelho vivo. Ela sorria com longos dentes pontudos.
Gritei para Jacob, mas ao invés de minha voz, saia somente um ganido baixo. Virei para procurar Embry e pedir ajuda, mas ele não estava mais lá. Quando olhei de volta a garota tinha sangue nas mãos e Jacob estava caído aos seus pés. Gritei mais uma vez, mas minha voz não saia, só um choro baixinho era ouvido.
Acordei chorando.
Me virei de lado na cama e vi que o filhote me encarava chorando baixinho. – Oi bebê! Você deve estar com fome.
Peguei o celular para ver as horas 11:00 AM, eu não iria conseguir dormir mais. Passei as mãos no rosto e vi que ele ainda estava molhado pelo choro. Mas eu precisava reagir, não podia ficar atirada em uma cama chorando. Tomei um banho rápido e vesti o primeiro vestido que achei. Coloquei uma sandália baixa, penteei os cabelos molhados e desci com o filhote nos braços. John ainda não havia chegado da pescaria de domingo, mas felizmente ele havia saído com Charlie e deixado a caminhonete. Passei a mão na chave saindo e fechando a porta atrás de mim.
Eu não queria pensar. Não queria lembrar. Mas as palavras de Jacob ainda zuniam em meus ouvidos aumentando a dor em meu peito. De repente eu não enxergava mais a estrada a minha frente. As lágrimas mais a chuva fina transformavam tudo em um borrão. Eu tinha que parar o carro. Joguei a caminhonete para o acostamento, minhas mãos tremiam e eu me controlava para não gritar. Eu tinha que me controlar eu já sabia que seria assim. Sabia que isso poderia acontecer. Levei um susto quando bateram na janela. A chuva agora já caia forte lá fora. Olhei para o lado e o sorriso reconfortante me acalmou. Baixei o vidro.
- Oi estranha, está perdida? – Embry disse sorrindo, mas no momento que me olhou nos olhos, enrijeceu. Virou a cabeça de um lado para outro procurando por alguma ameaça. Sem esperar minha reação, abriu a porta e entrou no carro me fazendo pegar o filhote e mudar para o banco do passageiro, acelerou.
- Embry, pára!
- O que está acontecendo,
?
- Embry pára o carro, por favor. Não tem perigo nenhum.
- O que houve
? Foi o Jake?
- Não! Não é o Jake! Sou eu! Não é nada! Desculpe te assustar! – imagino a cara que eu estava porque os olhos de Embry pareciam que iam saltar das órbitas. Embry parou.
- Fale a verdade,
!
- Sou eu, é um problema meu, Embry! Desde quando você ficou tão enxerido?
- Desde sempre!- ele disse e eu ri- Sério, me desculpe!
Remorso.
- Não, Embry. Desculpe a mim. Eu não tinha o direito de descontar em você.
-
, você sabe que pode me confiar qualquer coisa, eu nunca iria deixar escapar para os outros, nem para o Jacob.
-Eu sei!- falei com os olhos fechados, para segurar as lágrimas.
- Foi o Jake que te deixou assim?- Quem conseguia esconder algo de Embry? Mordi o lábio inferior com força.
- Sim!- as lagrimas escapando novamente.
Embry olhou o filhotinho no meu colo, sorriu de leve e o pegou colocando ele no assoalho da caminhonete. Então me puxou para um abraço forte. Fiquei ali com a cabeça em seu peito quente deixando as comportas abrirem. Porque que não podia me permitir amar Embry? Porque eu era tão masoquista? Tão idiota? Eu chorava agarrada ao peito nu de Embry. Não sei quanto tempo fiquei ali. Embry não falou nada, só alisava meu cabelo. Mas eu tinha que me recompor.
- Desculpe por isso, Embry! Eu não devia...
- Ele terminou com você? – Embry me interrompeu.
- Terminou o que? Não tinha o que terminar. Ele só foi sincero. -Embry me puxou para outro abraço, só que dessa vez ele afundou o rosto na curva do meu pescoço. As lágrimas vinham novamente. Ele beijou o meu pescoço. – Embry não! – reclamei baixinho.
- Desculpe
! – ele sussurrou no meu ouvido.
Once you've had a taste of perfection
Like an apple hanging from a tree
I picked the ripest one
I still got the seed
Comparações são facilmente feitas
Uma vez que você prova a perfeição
Como uma maçã pendurada em uma árvore
Eu peguei a mais madura
Eu ainda tenho a semente
Mas ai a
razão começou a discutir com a
emoção: Por que não? Porque eu não posso me deixar ser amada pelo menos uma vez? Embry é um cara maravilhoso. Será tão impossível amá-lo?
eu queria que você desse uma chance para o Embry! A lembrança da frase de Jacob me causou dor física. Respirei fundo. Virei meu rosto só um pouco em direção a Embry. Ele entendeu o recado. Sua respiração ofegante no meu ouvido. Lentamente a boca dele fez o caminho pelo meu rosto até encontrar minha boca. Seus lábios provavam os meus como se fosse uma iguaria. Suas mãos seguravam os meus braços. Mas as minhas mãos estavam como mortas caídas nas laterais do meu corpo.
Where do I go?
I guess second best
Is all I will know
Você disse "siga em frente"
Mas pra onde vou?
Acho que "segundo melhor"
É tudo que eu vou conhecer
Não estava certo! Todas as células do meu corpo protestavam contra aquele toque. Não era o mesmo gosto, o mesmo cheiro. O gosto de Jacob!
Foi só pensar em Jacob que meu corpo reagiu. Minhas mãos subiram para os cabelos de Embry, puxando ele mais para mim. Suas mãos me puxaram mais para perto. Minha boca se abriu dando passagem para a língua dele se encontrar com a minha. Agora ele devorava minha boca. Uma de suas mãos se entrelaçou em meus cabelos. Projetei o corpo pra frente fazendo com que ele me levantasse para que eu pudesse sentar no seu colo. Meus joelhos apoiados em cada lado do seu quadril. Ele subiu uma das mãos pela minha perna, por baixo do meu vestido, parando na lateral da minha calcinha. Embry largou minha boca descendo em direção ao meu pescoço. Desci minha boca pelo seu queixo, beijando, sugando fazendo o caminho até a sua orelha onde mordi de leve o lóbulo. Embry gemeu baixo. – Eu te amo! – ele disse com a voz entrecortada. Mas não era em Embry que eu estava pensando e isso não era certo.
I am thinking of you
Thinking of you
What you would do if
You were the one
Who was spending the night
Oh I wish that I
Was looking into your eyes
Porque quando eu estou com ele
Eu estou pensando em você
Pensando em você
O que eu faria se
Você fosse você
Que estivesse passando a noite comigo
Eu queria
estar olhando nos seus olhos
Eu tinha que parar com aquilo antes que fosse longe demais, mas não queria magoar mais o Embry. Me afastei dele para poder olhá-lo nos olhos e encostei minha testa na dele. – Acho que nos empolgamos. – falei com um sorriso leve nos lábios. Embry ao contrário tinha um sorriso largo e vitorioso na boca.
- Parece que sim. – ele concordou me dando mais um selinho.
- Além do mais eu tenho que comprar ração para esse moço. – falei me desvencilhando de Embry e apontando com a cabeça para o filhote que agora dormia alheio a tudo. Puxei meu vestido para cobrir um pouco minhas coxas expostas e sentei no banco, ainda um pouco ofegante.
- É seu? – Embry perguntou.
- Eu achei ele abandonado. – respondi.
- Já tem nome?
Se você quiser pode por o nome dele de Jacob! A lembrança da última frase de Jacob preencheu minha memória.
- Ainda não! – respondi simplesmente deixando outra lagrima cair.
In the middle of winter
Like a hard candy
With a surprise center
How do I get better
Once I've had the best
You said there's
Tons of fish in the water
So the waters I will test
Você é como um verão indiano
No meio do inverno
Como um doce
Com uma surpresa no meio
Como eu fico melhor
Uma vez que já tive do melhor?
Você disse que há
Toneladas de peixes na água
Então são águas que eu vou provar
Eu estava com nojo de mim. Asco! Eu era nojenta! Meu estômago revirava! Todo meu corpo gritava que aquele não era o cara certo! Mas quem era o cara certo? Se o cara que o meu corpo pedia não me queria? Virei meu rosto para a janela fitando a paisagem, enquanto Embry manobrava a caminhonete e dirigia em direção a Forks. O gosto dele ainda em minha boca. Deixei uma lágrima solitária descer pelo meu rosto.
I taste your mouth
He pulled me in
I was disgusted with myself
Ele beijou os meus lábios
Eu senti sua boca
Ele me puxou pra perto
Eu fiquei com nojo de mim mesma
Embry buscou minha mão no banco, me puxando pra junto dele. Eu não me opus, mas ainda não conseguia olhá-lo nos olhos. Liguei o rádio para quebrar aquele silêncio acusador e Out Here On My Own preencheu a cabine. Música perfeita! pensei irônica.
- Vou te deixar no mercado e vou voltar pra casa, ok? – ele disse algum tempo depois.
- Uhum! – respondi simplesmente.
Embry estacionou na frente do mercado. – Posso passar em sua casa mais tarde? – ele perguntou antes de descer da caminhonete.
- Claro! – respondi tentando sorrir o melhor que podia.
Embry me puxou para mais um beijo rápido antes de sair correndo em direção a floresta. Joguei minha cabeça para trás com os olhos fechados. Eu tenho que tentar me acostumar com isso.
And yes I do regret
How I could let myself
Let you go
Now the lesson's learned
I touched it I was burned
Oh I think you should know
Você é o melhor
E sim, eu me arrependo
Como eu pude me permitir
Deixar você ir
Agora a lição foi aprendida
Eu toquei isso e eu fui queimada
Oh! Eu acho que você deveria saber